top of page
Buscar

Coleta Seletiva e Reciclagem: Estamos falando da mesma coisa?

Tanto a Coleta Seletiva quanto a Reciclagem são processos essenciais para darmos um respiro para o meio ambiente. Além de diminuírem a quantidade de lixo que é destinado a aterros sanitários, essas práticas também reduzem o impacto negativo na saúde pública, já que diminuem a proliferação de vetores e doenças provocadas pelo contato humano com ambientes insalubres.


Os resíduos sólidos, quando separados e destinados corretamente, podem se transformar em matéria-prima para novos produtos ou serem reutilizados pela indústria.


Mas, afinal, você sabe qual a diferença entre Coleta Seletiva e Reciclagem? E como elas funcionam e se conectam?


Coleta Seletiva


Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a coleta seletiva é "a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição". Ou seja, a coleta seletiva acontece quando coletamos separadamente os resíduos que foram separados na sua casa, na sua empresa ou em um evento.


Um dos exemplos mais cotidianos e rotineiros que vemos é a coleta seletiva dos recicláveis. Nesse caso, os recicláveis são coletados todos juntos por um único caminhão e enviados a cooperativas de catadores ou processadores de recicláveis.


Mas esse termo também pode ser usado para a coleta seletiva de matéria orgânica, por exemplo. Aqui, ao invés dos recicláveis, são os restos de alimentos, frutas e verduras que serão recolhidos por um veículo e destinados à compostagem. É o que é feito pela empresa Videverde e pelo Ciclo Orgânico no Rio de Janeiro.


Dois princípios fundamentais sustentam a coleta seletiva:


  • Descarte seletivo

O primeiro é que, antes dela acontecer, deve haver uma separação do lixo. Essa separação pode ser simples, apenas entre recicláveis e rejeitos, ou mais específica, separando o lixo em diversas categorias, como plásticos, papéis, metais e vidros e orgânicos. Mas ela precisa acontecer! A coleta seletiva só acontece após o descarte seletivo.


  • Destinação específica

O segundo é que o resíduo deve ser mantido separado até o destino final. De nada adianta um descarte seletivo se o lixo for coletado todo junto e seguir para o mesmo local. Ou seja, se você pratica a coleta seletiva dos recicláveis, esse material não deve ser misturado com matéria orgânica no caminhão e não pode seguir para o aterro.


Portanto, a coleta seletiva deve garantir destinos diferentes e apropriados ao que está sendo coletado.


E é aqui que a conectamos com a Reciclagem.


Reciclagem


A Reciclagem é o processo de transformação dos resíduos em novos produtos, alterando suas propriedades. Esse processo, em geral, é feito por algum ator industrial, com o objetivo de produzir insumo para um novo produto, segundo diretrizes dos órgãos regulamentadores.


A reciclagem pode envolver diversas etapas e processos de transformação. No caso dos plásticos, por exemplo, eles são triturados e lavados, para serem então colocados em uma máquina extrusora. É na extrusora que os plásticos moídos ou em grânulos serão aquecidos a ponto de derreterem para serem então transformados em novos produtos ou em novos grânulos que serão utilizados por outra indústria.


Para que a reciclagem de um material aconteça, ele precisa estar separado do restante. Numa indústria que recicla Polietileno de Alta Densidade (PEAD) – plástico usado em embalagens de Shampoo e produtos de limpeza - o único material que é necessário ali é esse tipo de plástico. De nada adianta a gente chegar com um caminhão de papelão lá, porque o processo industrial só está preparado para transformar o PEAD.


Mas, e como esse plástico chegou até ali, separadinho?


É aqui que entra a coleta seletiva!


A coleta seletiva dos recicláveis é um passo fundamental para que os materiais sejam direcionados a uma cooperativa de catadores, onde vai acontecer a separação “fina” dos recicláveis segundo sua categoria, composição e às vezes até cor.


A reciclagem do PEAD só é possível, primeiro porque esse plástico não foi misturado com matéria orgânica nem rejeitos na sua casa, e segundo, porque uma cooperativa separou o PEAD dos outros plásticos, como o PET.


Através do processo de triagem e enfardamento do que foi coletado seletivamente, os catadores conseguem destinar cada resíduo para sua indústria recicladora correta.


Muitas cooperativas conseguem separar mais de 9 tipos de plásticos diferentes, de acordo com cor e tipo de resina. O que para nós é plástico, para eles pode ser plástico filme branco, plástico filme misto, PP cristal, PP colorido, PP branco e tantos outros.


Até papéis e papelões podem ser separados de acordo com a qualidade do material e o grau de pureza. O papel branco, por exemplo, vale mais do que o papel misto.

 

E aí, ficou clara a diferença entre Coleta Seletiva e Reciclagem?


Apesar de fazerem parte da mesma cadeia produtiva e se complementarem, elas são processos diferentes.


Agora que você está ficando expert em cadeia produtiva da reciclagem, não deixe de escrever para a gente se você tiver alguma dúvida específica. Será um prazer compartilhar nosso conhecimento e experiência com você!


1.243 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page