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Coleta seletiva no Brasil: a quantas anda?

brasileiro gera em média 0,99 kg de resíduos sólidos por dia, totalizando 361,4 kg ao ano.

Na maioria dos municípios, esses resíduos são coletados pelo serviço de limpeza urbana e são descartados em aterros sanitários, aterros controlados ou lixões. Lá, se acumulam e não são reaproveitados ou reciclados. Infelizmente, a execução da coleta seletiva ainda é um desafio e uma utopia para muitas cidades brasileiras.


Apesar de ser uma obrigação dos municípios ter “metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem de resíduos", isso ainda está longe de ser uma realidade para muitas cidades do nosso país.


Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, apenas 38,7% dos municípios participantes possuíam alguma iniciativa de coleta seletiva.


Fonte: Gráfico retirado do SNIS


Desse total, apenas 1.237 praticam a coleta seletiva porta-a- porta, representando 33,3% dos municípios brasileiros. Ou seja, além de poucos municípios ofertarem esse serviço ao cidadão, menos ainda o fazem coletando diretamente nas ruas e casas das pessoas, como vemos na Cidade do Rio.


Quem faz a coleta seletiva?


Os dados do SNIS revelam ainda que a Coleta Seletiva pode ser realizada por diferentes agentes executores. Podendo ser: (1) prefeituras, (2) empresa contratada pela prefeitura, (3) cooperativas de catadores parceiros da prefeitura; e (4) outras entidades em parceria com a prefeitura. A participação das cooperativas na coleta seletiva é fundamental nesse processo. Em 2019, elas foram responsáveis por coletar 36,8% do total das toneladas coletadas seletivamente no Brasil, comparado a apenas 17% coletado diretamente pelas prefeituras.


Fonte: Gráfico retirado do SNIS


Quanto está sendo coletado seletivamente?


Apesar dos esforços para se construir uma gestão mais sustentável dos resíduos, segundo informações do SNIS, em 2019 apenas 1,6 milhão de toneladas de resíduos foram coletados seletivamente no Brasil. Isso representa uma média de 13kg de resíduos recicláveis por habitante/ano daqueles municípios que tem coleta seletiva. Compare isso com a quantidade de resíduo que uma pessoa gera anualmente, 361,4kg, e será possível perceber como ainda coletamos e reciclamos pouco aqui.


É como dizer que, para cada 10 kg de resíduos disponibilizados para a coleta, apenas 374 gramas são coletadas de forma seletiva.


Quando destrinchamos um pouco mais as informações dos municípios participantes da pesquisa e levamos em consideração as quantidades recuperadas, o cenário se modifica um pouco. As quantidades recuperadas dizem respeito às toneladas de materiais recicláveis que foram enviados à indústria recicladora, independente se vieram ou não da coleta seletiva municipal. Aqui os rejeitos coletados junto com a coleta seletiva também são descontados.

Os dados do SNIS revelam uma quantidade de 7,5 kg de recicláveis/pessoa/ano recuperados, ainda menor do que o que foi coletado.


Se considerarmos que 30% do nosso lixo são materiais recicláveis, apenas 5,3% de todo o resíduo reciclável existente no Brasil foi recuperado e reinserido no ciclo produtivo em 2019. (BRASIL, 2020).


Fonte: Gráfico retirado do SNIS


Apesar de possuir um amplo arcabouço legal e teórico, o Brasil ainda apresenta traços de uma governança pouco comprometida com gestão integrada dos resíduos sólidos. O cenário da coleta seletiva é um exemplo disso. Ainda precisamos avançar muito na consolidação de uma cadeia de reciclagem mais sólida e estruturada para reverter esse triste cenário.


Fontes:

BRASIL. Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos – 2019. Ministério do Desenvolvimento Regional. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Brasília: SNS/MDR, 2020.


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