Coleta seletiva no Brasil: a quantas anda?
- Hanna Rodrigues
- 6 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
brasileiro gera em média 0,99 kg de resÃduos sólidos por dia, totalizando 361,4 kg ao ano.
Na maioria dos municÃpios, esses resÃduos são coletados pelo serviço de limpeza urbana e são descartados em aterros sanitários, aterros controlados ou lixões. Lá, se acumulam e não são reaproveitados ou reciclados. Infelizmente, a execução da coleta seletiva ainda é um desafio e uma utopia para muitas cidades brasileiras.
Apesar de ser uma obrigação dos municÃpios ter “metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem de resÃduos", isso ainda está longe de ser uma realidade para muitas cidades do nosso paÃs.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, apenas 38,7% dos municÃpios participantes possuÃam alguma iniciativa de coleta seletiva.

Fonte: Gráfico retirado do SNIS
Desse total, apenas 1.237 praticam a coleta seletiva porta-a- porta, representando 33,3% dos municÃpios brasileiros. Ou seja, além de poucos municÃpios ofertarem esse serviço ao cidadão, menos ainda o fazem coletando diretamente nas ruas e casas das pessoas, como vemos na Cidade do Rio.
Quem faz a coleta seletiva?
Os dados do SNIS revelam ainda que a Coleta Seletiva pode ser realizada por diferentes agentes executores. Podendo ser: (1) prefeituras, (2) empresa contratada pela prefeitura, (3) cooperativas de catadores parceiros da prefeitura; e (4) outras entidades em parceria com a prefeitura. A participação das cooperativas na coleta seletiva é fundamental nesse processo. Em 2019, elas foram responsáveis por coletar 36,8% do total das toneladas coletadas seletivamente no Brasil, comparado a apenas 17% coletado diretamente pelas prefeituras.

Fonte: Gráfico retirado do SNIS
Quanto está sendo coletado seletivamente?
Apesar dos esforços para se construir uma gestão mais sustentável dos resÃduos, segundo informações do SNIS, em 2019 apenas 1,6 milhão de toneladas de resÃduos foram coletados seletivamente no Brasil. Isso representa uma média de 13kg de resÃduos recicláveis por habitante/ano daqueles municÃpios que tem coleta seletiva. Compare isso com a quantidade de resÃduo que uma pessoa gera anualmente, 361,4kg, e será possÃvel perceber como ainda coletamos e reciclamos pouco aqui.
É como dizer que, para cada 10 kg de resÃduos disponibilizados para a coleta, apenas 374 gramas são coletadas de forma seletiva.
Quando destrinchamos um pouco mais as informações dos municÃpios participantes da pesquisa e levamos em consideração as quantidades recuperadas, o cenário se modifica um pouco. As quantidades recuperadas dizem respeito à s toneladas de materiais recicláveis que foram enviados à indústria recicladora, independente se vieram ou não da coleta seletiva municipal. Aqui os rejeitos coletados junto com a coleta seletiva também são descontados.
Os dados do SNIS revelam uma quantidade de 7,5 kg de recicláveis/pessoa/ano recuperados, ainda menor do que o que foi coletado.
Se considerarmos que 30% do nosso lixo são materiais recicláveis, apenas 5,3% de todo o resÃduo reciclável existente no Brasil foi recuperado e reinserido no ciclo produtivo em 2019. (BRASIL, 2020).

Fonte: Gráfico retirado do SNIS
Apesar de possuir um amplo arcabouço legal e teórico, o Brasil ainda apresenta traços de uma governança pouco comprometida com gestão integrada dos resÃduos sólidos. O cenário da coleta seletiva é um exemplo disso. Ainda precisamos avançar muito na consolidação de uma cadeia de reciclagem mais sólida e estruturada para reverter esse triste cenário.
Fontes:
BRASIL. Diagnóstico do Manejo de ResÃduos Sólidos Urbanos – 2019. Ministério do Desenvolvimento Regional. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. BrasÃlia: SNS/MDR, 2020.
