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Coleta Seletiva no Rio de Janeiro

Atualizado: 29 de abr. de 2021

Quando falamos sobre ter atitudes e hábitos mais sustentáveis, abrimos um leque muuuito amplo de possibilidades. Afinal, sustentabilidade é um termo longe de ser simples ou vazio. Na verdade, carrega consigo um significado que perpassa macro e micro políticas de governo, nacionais e internacionais, práticas cotidianas, desigualdades socioeconômicas… e por aí vai.

O descarte seletivo dos nossos resíduos é um passo, dentre vários outros, que nos ajuda a caminhar rumo a um futuro mais equilibrado. E ele consiste na separação, dentro da sua casa ou da sua empresa, dos resíduos sólidos recicláveis, orgânicos e dos rejeitos. Ou seja, de itens que você pode até pensar em jogar no lixo, mas que, na verdade, podem voltar ao ciclo produtivo e serem reutilizados de outras formas. Assim, diminuímos um pouco o impacto que causamos no meio ambiente.

Quando falamos dos recicláveis, sabemos que, após separarmos os resíduos em casa ou na empresa, é fundamental que haja uma coleta seletiva desses materiais. Dessa forma eles seguem até a indústria recicladora.


A coleta seletiva é "a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição", como já explicamos em um post anterior. Ela é uma etapa importante dentro da cadeia produtiva da reciclagem é fundamental para garantir que os resíduos sigam até seu destino final adequado.


Por isso, é importante que a gente entenda um pouquinho como funciona a coleta seletiva no nosso Município. É sobre isso que falaremos hoje.


A coleta pública

No Rio de Janeiro, a COMLURB é o órgão responsável pela gestão dos resíduos sólidos e é quem realiza a coleta pública dos materiais recicláveis. Segundo dados atualizados da Prefeitura, a coleta seletiva acontece em 122 bairros do Rio e a COMLURB recolhe em torno 1.700 toneladas de resíduos potencialmente recicláveis por mês. Os recicláveis coletados são destinados a 25 cooperativaas de catadores do município do Rio de Janeiro, gerando trabalho para muitos catadores. A coleta acontece com o uso de 13 caminhões, sendo a maioria deles compactadores destinados especificamente para isso. A COMLURB orienta aos moradores da Cidade do Rio de Janeiro que acondicionam os recicláveis em sacos plásticos transparentes, para facilitar a identificação.


Os que já conhecem um pouco dessa rotina, sabem que o caminhão da Coleta Seletiva é de uma cor diferente do caminhão tradicional ;). Ele é azulzinho e um pouco menor do que os caminhões laranjas.


Mesmo estando em muitos bairros cariocas, a COMLURB ainda não consegue atingir altas taxas de reciclagem. De acordo com a quantidade coletada mensalmente, menos de 2% dos resíduos domiciliares coletados pela Companhia é destinado à reciclagem.


Além de não estar presente em todos os bairros da Cidade, a atuação da COMLURB e da Prefeitura do Rio ainda pode ser aprimorada em outros aspectos. E um deles é o envolvimento das cooperativas na gestão da coleta seletiva municipal. Infelizmente, o Município ainda não possui uma política de contratação e remuneração das cooperativas pelo serviço de coleta e/ou triagem dos resíduos. O que é uma demanda antiga da categoria dos catadores.


Além disso, os recicláveis são coletados em caminhões compactadores, que pode danificar o material, principalmente quando vidros são coletados com os outros resíduos. E tornar o trabalho das cooperativas mais custoso.


Para saber os dias e horários que da Coleta Seletiva da COMLURB, você pode acessar esta página.

A coleta seletiva autônoma

Uma grande parcela dos recicláveis movimentados no Rio é coletada por catadores autônomos, ferros-velhos e cooperativas de catadores. É o senhorzinho que passa na rua pegando papelão, o dono do ferro-velho que coleta com a Kombi ou aquele catador que compra garrafas PET.

A maioria desses atores ainda atua na informalidade, sem serem reconhecidos e valorizados pelo que fazem. Em sua maioria, são pessoas em situação de vulnerabilidade social e que sobrevivem da reciclagem por falta de oportunidades.

No Brasil estima-se que 90% do resíduo que chega à indústria recicladora passe pela mão de catadores. Em paralelo, calcula-se que apenas 10% desses catadores estejam formalizados em cooperativas. O que significa que a grande maioria ainda atua informalmente, sem direitos trabalhistas e em condições precárias de trabalho.


O Diagnóstico realizado pelo Projeto Catadores e Catadoras em Redes Solidárias do Estado do RJ, demonstrou, por exemplo, que dos 3.084 catadores e catadores cadastrados pelo projeto em 2013, 80% não faziam parte de grupos organizados e trabalhavam na rua ou em lixões.


Grande parte dos recicláveis da cidade do Rio são coletados por essas pessoas e comerciados a preços baixíssimos para ferro-velhos ou intermediários, sem muitas perspectivas de um futuro melhor.


Infelizmente, como esclarece sabiamente o catador de Gramacho Tião Santos, do filme Lixo Extraordinário, em suas palestras: “no Brasil, a reciclagem só acontece porque tem gente pobre que precisa sobreviver disso”. É triste, mas é verdade. A nossa cadeia recicladora se sustenta muito mais por falta de oportunidade e pela necessidade de sobrevivência do que por uma consciência ambiental ou por investimentos da indústria e poder público. Alguns dados demonstram isso.

O Diagnóstico da Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável feito pelo IPEA em 2013 revelou que apenas 11,4% dos catadores com mais de 25 anos possuíam ensino médio completo. Além disso, o mesmo relatório apontou que, em 2010, a renda média de um catador era de R$ 571,00 por mês. A nível estadual, o diagnóstico citado acima, do Projeto CRS, mostrou que em torno de 66% dos catadores deixaria a atividade se tivesse outra oportunidade.

Por todos esses motivos, muitas pessoas que atuam na reciclagem e precisam sobreviver do resíduo acabam comprando materiais recicláveis de condomínios residenciais. É uma prática muito comum na nossa cidade e pode até parecer ingênua, mas ela tem um impacto negativo na nossa cadeia produtiva da reciclagem. E na vida das pessoas. Será que não estamos sustentando e fomentando um sistema excludente e que mantêm as pessoas em situação de vulnerabilidade?


Será que não há um caminho para fazermos diferente? Se, ao invés de vendermos os resíduos, pagássemos por esse serviço ambiental e cobrássemos da Prefeitura o envolvimento desses atores tão importantes na gestão dos resíduos da nossa cidade? Provavelmente ajudaríamos a reverter a grande informalidade que marca esse setor.


Ecopontos


  • Estações de Reciclagem Pão de Açúcar - Unilever


O Supermercado Pão de Açúcar possui Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever em algumas de suas unidades. As estações de Reciclagem recebem materiais como vidros, papéis, metais, plásticos e óleo de cozinha usado.


Para que o processo aconteça, algumas cooperativas de catadores trabalham nas Estações de Reciclagem, sensibilizando os clientes e separando e coletando os materiais descartados. Todos os resíduos são destinados à cooperativas.


Caso você queira saber onde encontrar Estações de Reciclagem no Rio, clique aqui.


  • Green Mining


A Green Mining é uma iniciativa de Logística Reversa focada na coleta de vidros e possui 2 pontos de entrega voluntária de vidros na Cidade do Rio. Os pontos de entrega para o consumidor estão localizados no Flamengo, na Rua Paulo VI, e no Leblon Av. Borges de Medeiros, na altura do n°700.


  • Light Recicla


O projeto Light Recicla troca recicláveis dos clientes de áreas populares do Rio de Janeiro por desconto na conta de energia ou doação a Instituições.


Em 2019, eram 11 os ecopontos ativos, em que os moradores de comunidades e das redondezas podiam levar seus recicláveis e ganhar os descontos. Santa Marta (dois), Botafogo, Humaitá, Chapéu Mangueira/Babilônia, Recreio, Chácara do Céu, Cruzada São Sebastião, Vidigal, São Carlos e uma na cidade de Miguel Pereira.


Coleta Seletiva da Teiares


Acreditamos em um novo modelo de Coleta Seletiva e Logística Reversa de Embalagens Pós-Consumo, que valoriza e remunera os catadores pelo trabalho que eles realizam.


Em parceria com cooperativas de catadores, estruturamos um sistema de coleta e destinação dos recicláveis. Garantindo não só o destino correto, mas também o envolvimento das cooperativas de uma maneira mais justa. Esse é um primeiro passo importante na construção de uma cadeia da reciclagem mais sustentável!


Hoje, a nossa coleta seletiva domiciliar acontece em alguns bairros do Rio de Janeiro – Copacabana/Leme, Ipanema, Leblon, Gávea, Laranjeiras, Cosme Velho, Flamengo e Botafogo.


Você escolhe o Plano de Coleta que melhor se adequa a sua realidade, separa seus recicláveis nos sacos que entregamos e os armazena até o dia da coleta. No dia agendado, a COOPERECOLÓGICA, nossa cooperativa parceira, passa na sua casa e coleta seus recicláveis.


Simples e prático assim, mas fazendo uma diferença enorme no mundo! Sabe qual nosso sonho? Que isso um dia seja a realidade para todos os catadores =)


Quer saber mais detalhes sobre nossos planos?



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