De um modo geral, no Brasil, a coleta seletiva ainda está longe de ser uma prática comum para a maioria das pessoas. E quando falamos sobre a destinação de resíduos potencialmente recicláveis gerados por empresas, a realidade não é muito diferente. Isso acontece tanto por falta de acesso a soluções de gestão integrada de resíduos e coleta seletiva, como por desconhecimento das empresas em relação aos impactos gerados pelo descarte incorreto dos resíduos.
Dados do Diagnóstico de Resíduos Sólidos de 2018 (SINIS) revelam que, a nível doméstico, apenas 7% dos resíduos recicláveis gerados nas casas dos brasileiros são enviados para a reciclagem. Entretanto, informações semelhantes não existem para os resíduos gerados e descartados por empresas e estabelecimentos comerciais.
Afinal, de todo o lixo gerado nas empresas brasileiras, quanto está sendo reciclado? E o que poderia ter um destino diferente?
O caso do Rio de Janeiro
Para facilitar um pouquinho a nossa busca por essa resposta, vamos direcionar o nosso olhar para o Rio de Janeiro, afinal, o perfil e a atuação das empresas e comércio varia muito de município para município.
O último levantamento feito pela gestão municipal, em 2012, identificou que a Cidade do Rio gera mais de 9.200 toneladas de resíduos sólidos todos os dias. Ou seja, bem mais de 3 milhões de toneladas por ano. Desse total, 4.900 toneladas por dia corresponde ao que é gerado na casa das pessoas e 857 toneladas ao que é gerado por empresas privadas e construção civil. O restante é oriundo de serviços gerais, como varrição e coleta do lixo público, que são aquelas lixeirinhas que vemos espalhadas pela cidade.
Isso significa que as atividades privadas correspondem a aproximadamente 10% de tudo que é gerado no município! Pode parecer pouco, mas não é não!
Desse total, dados da Prefeitura revelam que mais de 93% são direcionados ao Aterro Sanitário de Seropédica e apenas uma pequena parcela, 1,9%, é coletada seletivamente e enviada para a reciclagem.
O Aterro Sanitário de Seropédica é o local para onde é destinado o resíduo gerado em diversos municípios, como Seropédica, Itaguaí, Duque de Caxias, entre outros.
De maneira muito resumida, em um aterro, o lixo é enterrado, perdendo sua capacidade de aproveitamento, seja para reciclagem ou compostagem. Estamos enterrando recursos naturais que poderiam ser úteis para nós.
Mas afinal, de tudo que é gerado no Rio, o que poderia ser aproveitado?
Segundo dados da composição dos resíduos domiciliares do Rio de Janeiro, em torno de 50% dos resíduos gerados nas nossas casas são orgânicos e 40% são potencialmente recicláveis, em sua maioria papéis e plásticos.
Se extrapolarmos essa composição para os resíduos sólidos gerados por bares, restaurantes, hotéis e escritórios corporativos em sua variedade – muito semelhantes aos resíduos domiciliares - significa que aproximadamente 80-90% do lixo gerado poderia ser destinado à compostagem ou à reciclagem.
Ou seja, se das 900 toneladas geradas por empresas e obras, metade corresponder a bares, restaurantes, hotéis e escritórios, estamos falando de 450 toneladas descartadas pelo comércio carioca por dia. Isso significa em torno de 360 toneladas (80%) que poderiam ir para a reciclagem ou compostagem.
E como a sua empresa pode fazer diferente?
Antes de falarmos sobre como sua empresa pode fazer (e deve) diferente, é importante mencionar que a sua empresa, provavelmente, já possui algumas obrigações específicas.
Segundo a Lei municipal nº 3273, de 6 de setembro de 2001, todos os estabelecimentos comerciais que geram mais de 60 kg ou 120 L de resíduo sólido por dia são obrigados a contratar uma empresa terceirizada para realizar a coleta desses materiais. Ou seja, na sua maioria, bares, restaurantes, cinemas, lojas e comércio – também chamados de Grandes Geradores - não tem seu lixo coletado pela COMLURB.
Apesar disso, a prática mais comum por parte da maioria dos estabelecimentos é apenas enviar seus sólidos para o aterro sanitário, com praticamente nenhum reaproveitamento dos recicláveis e orgânicos. E quando há algum reaproveitamento, costuma ser a destinação de alguns resíduos de maior valor agregado - como plásticos e papelões - a catadores, mas sem aproveitamento total do que poderia ser reciclado.
Infelizmente essa prática comum pode ser constatada de maneiras simples. A mais óbvia dela é através de uma pesquisa de mercado com as empresas que atuam no chamado mercado de Lixo Extraordinário. Atualmente, segundo site da COMLURB, em torno de 40 empresas privadas atuam recolhendo resíduos gerados por estabelecimentos comerciais. Entretanto, apenas em torno de 10 possuem o serviço de coleta seletiva, o que demonstra, por si só, uma carência nesse tipo de serviço. Além disso, é importante mencionar que muitas dessas empresas têm como foco grandes operações, como indústrias e varejistas, e não conseguem atender comércios de pequena e média escala.
Quando refletimos sobre esses números - total de resíduos gerados, percentual de resíduos recicláveis e orgânicos existente no lixo e quantidade de empresas que tem soluções para essa problemática - percebemos que a conta não está batendo. Temos um potencial enorme de fazer diferente e destinar 80-90% do que é gerado ao ciclo produtivo, mas ainda carecemos de serviços de gestão integrada de resíduos e de empresas empenhadas em buscar essa solução.
Por que não contratar uma coleta específica que garanta a destinação dos recicláveis e orgânicos ao ciclo produtivo?
Por que não transformar o custo de coleta de lixo em um investimento em sustentabilidade, podendo agregar valor à marca da sua empresa e ser inspiração e exemplo ser seguido?
E você, é parte do problema ou da solução?
Se você quer ser parte da SOLUÇÃO, dando a destinação correta para seus recicláveis e orgânicos, entre em contato com a gente!
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